Para quem se debruça sobre a paisagem, os incêndios florestais portugueses – da destruição, da má política, do lucro fácil e da má memória – são matéria sensível para trabalhar questões muito prementes sobre território, ação humana e natureza.
Por força dos grandes incêndios de 15 de outubro de 2017 em Pedorido, Castelo de Paiva, nas desativadas Minas do Pejão, o carvão que se encontra debaixo da terra e que está naturalmente em combustão lenta, ativa-se com o aquecimento global provocado pelo incêndio florestal, entrando em combustão acelerada visível. À destruição provocada em cima da terra corresponde uma ebulição debaixo dos pés – num movimento descontrolado e em cadeia que ameaça, com fumo e fogo, a vida à superfície.
Foi nas antigas Minas do Pejão, dentro do seu terreno vedado, e na altura a ser tratado com químicos, que com Gustavo Costa, gravámos imagens e sons com paus queimados de uma árvore que outrora pertenceu a uma mata.
da terra acesa é uma instalação realizada para o espaço da Sput&nik the Window, que apresenta uma paisagem e o seu avesso, para a partir da construção de uma aparência e do seu reverso pensar a destruição do território e a estrutura do comportamento humano. Assim se reacendendo feridas antigas.
Texto da exposição de Vera Lúcia Carmo. Para ler click aqui.
Para a realização deste projeto agradecemos especialmente ao Gustavo Costa e à Sonoscopia, à Vera Lúcia Carmo, à Ana Efe, ao Luís Xavier e ao Baltazar, à Eduarda Andresen, ao Sr. Agostinho Moreira de Sousa e aos atuais proprietários das Minas do Pejão.
da terra acesa, Sput&Nik the window, Porto.
Som de Gustavo Costa.
De 24 de Novembro de 2018 a 19 de Janeiro de 2019.
Texto de Vera Lúcia Carmo.
Instalação com vários elementos, incluindo estrutura em madeira, fotografias impressas em papel de algodão, desenhos a carvão e grafite sobre papel, pedras e vídeos em HD em loop.