Contributos para Pensar o Multimédia

Contributos para Pensar o Multimédia foi um ciclo de conferências que nos juntou, às quintas feiras de manhã, no espaço da Porto Design Factory do Instituto Politécnico do Porto, durante três meses de 2015, para em conjunto pensarmos uma área alargada do multimédia, a partir de práticas artísticas, curatoriais, associativas, comunicacionais e colaborativas, aqui partilhadas em primeira mão pelos seus criadores.

19 março 2015 . António Jorge Gonçalves Imagens do Mundo Flutuante

9 abril 2015. Ivo Madaleno

16 abril 2015. Pedro Mota TeixeiraPorque será que a animação nos fascina tanto?

23 abril 2015. Pedro Rocha e Rita Castro Neves Trama Festival de Artes Performativas

30 abril 2015. Gustavo Costa / Sonoscopia Ética DIY na Música Experimental

14 maio 2015 . Inês Moreira Curadorias de espaços pós-industriais: explorações entre a arte contemporânea, a arquitectura e o conhecimento curatoria

21 maio 2015. Maile Colbert Wayback Sound Machine: Sound Through Time, Space, and Place

4 junho 2015 . Miguel Leal Fazer Coisas

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19 março 2015. António Jorge Gonçalves Imagens do Mundo Flutuante

http://www.antoniojorgegoncalves.com

http://www.subway-life.com/

16 abril 2015. Pedro Mota Teixeira Porque será que a animação nos fascina tanto?

O cinema de animação tem sido bem sucedido em reunir públicos de diferentes idades, através dos anos, e em todos os cantos do globo, para assistir a um filme ou jogar um jogo. Assim, se a animação representa uma linguagem universal com uma qualidade comunicativa inegável e “localizável”, para alguns encontramos nela uma qualidade única de “self-reflexivity” que ajuda à sua mediatização. Qualidade essa que traduz alguns aspectos importantes: primeiro, a animação desvenda uma natureza estética, muito sui-generis, que revela, inevitavelmente, a matéria-prima da sua origem, métodos e até técnicas empregues no seu processo de produção. Segundo, possui a capacidade de funcionar como discurso, comunicando e intervindo directamente com o seu público. Terceiro, reflecte a sua relação com o seu criador, tornando-se numa espécie de agente que manipula as suas criações, comunicando com elas e estas com uma audiência. Assim, a animação é, no panorama das indústrias criativas, uma alternativa ao filme de imagem real com características que lhe permite uma fácil disseminação por uma imensidade de áreas, medias e suportes audiovisuais dinâmicos e interactivos. Assim sendo, porque não haveria a animação de nos fascinar tanto?

 

Pedro Mota Teixeira é doutorado em Comunicação Audiovisual — animação digital — pela Universidade do Minho, Mestre em Licenciado em Arte Multimédia pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, e licenciado em Design de Comunicação pela mesma Universidade.

É, ainda, e desde 2011, detentor do título de Especialista (conforme decreto-lei 206/2009) na área disciplinar dos Audiovisuais atribuído pela Escola Superior de Tecnologia do IPCA, consórcio dos Politécnicos do Norte e APD (Associação Portuguesa de Design).

Inicia a sua actividade profissional em 1998, integrando os quadros da produtora  Miragem como responsável pela equipa de ilustração e de  pintura e animação digital de vários projectos audiovisuais. Destes, destaca-se a série televisiva Major Alvega (RTP 1) projecto apoiado financeiramente pelo ICAPA (Instituto Português de Arte Cinematográfica e Audiovisual) e nomeada — candidata — aos prémios EMMY pela Academy of Television Arts & Sciences.

A partir de 2002, deixa para trás a Miragem para criar a sua própria produtora Animago, acumulando, para além de sócio-gerente, as funções de director criativo e realizador, em projectos de audiovisuais ligados à animação 2D e 3D, motion graphics e pós produção video. Assina a realização e a animação de vários projectos de relevo, nomeadamente os videoclips das bandas musicais Mind da Gap (EMI – Valentim de Carvalho/Norte Sul), Blind Zero (Universal Portugal), Boss AC (EMI – Valentim de Carvalho/Norte Sul), Doce (Universal Portugal); diversos spots publicitários, para clientes como o Metro do Porto, o Festival Internacional de Cinema de Santa Maria da Feira, o Festival Imaginarius; e grafismos televisivos para a RTP, SIC E TVI, em genéricos como: A Minha Sogra é uma Bruxa, Superbatatoon, Top Buracos, Camilo em Sarilhos, entre muitos outros.

Em 2007, produz e realiza o primeiro filme de animação português inteiramente concebido em tecnologia 3D através do apoio financeiro do Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia (ICAM): “História de Um Caramelo”, contando com a participação do actor António Feio na sua única incursão na área da interpretação para cinema de animação. Enquanto realizador, é contemplado nesse mesmo ano com um outro apoio financeiro por parte do ICAM, para o desenvolvimento da série de animação “As Máquinas de Maria” (co-realizado com a ilustradora e autora do projecto original, Marta Madureira).

De 2001 à 2009, acumula a realização e animação destes projectos com a docencia na Escola Superior Artística do Porto (ESAP), leccionando as unidades curriculares de Animação 2D, Animação para Multimedia e Projecto, da licenciatura em Design e Comunicação Multimedia.

A partir de 2009, opta pela docência na Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) onde, até esta data, desempenha as funções de coordenador de curso da licenciatura em Design Gráfico, de responsável pelo grupo disciplinar de Audiovisuais e Multimédia e de docente das unidades curriculares de Desenho Computacional 3D. Para além disso, acumula ainda, a docência da licenciatura em Engenharia em Desenvolvimento de Jogos Digitais, onde lecciona as unidades curriculares de Animação de Personagens. Faz parte da comissão responsável pelo primeiro Mestrado público nacional em Ilustração e Animação (MIA) no qual lecciona as unidades curriculares de Estudo e Desenvolvimento de Personagens e Modelação e Animação 3D. É ainda membro do Conselho  Técnico-Científico, do Conselho Pedagógico, Responsável pelo laboratório de Audiovisuais do Centro de Investigação DIGARC e Organization Chair da CONFIA (Conferencia Internacional de Ilustração e Animação).

Actualmente, a par da docência enquanto Professor Adjunto da EST-IPCA, tem desenvolvido diversos trabalhos de autor na realização e no design de personagem, no panorama nacional e internacional, como a concepção gráfica da série de animação interactiva da RTP2 “Café Central”, o videoclip do single “Sexta-feira” do cantor Boss AC ou ainda, a mascote “Vasco” do Oceanário de Lisboa.

23 abril 2015.  Pedro Rocha e Rita Castro Neves Trama . Festival de Artes Performativas

Para uma observação abrangente das práticas artísticas e culturais entendidas como ‘multimédia’, será importante um olhar sobre a curadoria e a programação. Um olhar que foque não apenas o carácter das obras apresentadas, mas também, e especialmente no caso de festivais, a possibilidade destes eventos se oferecerem, eles próprios, como experiências multimédia.

A trans e interdisciplinariedade da arte dos nossos dias tem vindo a expandir de forma exponencial o campo do ‘multimedia’. E, no âmbito das artes performativas, o caso do festival Trama, realizado anualmente entre 2006 e 2011, é exemplar no que se refere à exploração do potencial inscrito nos cruzamentos e associações várias entre disciplinas artísticas, formas de colaboração, formatos e protocolos de apresentação, métodos de produção, públicos e relações de ‘site-specificity’.

O acompanhamento das edições do festival permitirá perceber a forma como este foi questionando as convenções e hierarquias do espetáculo contrapondo propostas de natureza muito diversa, porém pautando-se por alguns eixos agregadores: a performatividade, o experimentalismo e a relação com a cidade do Porto.

A imposição das complexas e multifacetadas malhas deste festival sobre o tecido urbano resultaram numa vibração singular e inédita, visível nas vivências dos públicos, artistas e organizadores que se aventuraram no emaranhado de percursos opostos.

Pedro Rocha (Porto, 1973) é programador/curador de música e de arte sonora residente no Porto.

Tem mantido como principal atividade, desde 1999, a colaboração com a Fundação de Serralves onde é responsável pela programação de música do Museu de Arte Contemporânea assim como do festival Serralves em Festa e do festival de artes performativas Trama do qual foi co-programador.

É, atualmente, programador de música convidado do centro de arte Hangar Bicocca em Milão.

Desde 1998, tem pontuado em vários projetos enquanto dj, a solo e em colaboração, maioritariamente dedicados à música experimental e electrónica e em diferentes contextos como sejam programas de rádio, performances ou sets realizados em galerias e bares.

Esporadicamente, tem realizado ou participado em conferências, palestras, tutoriais e aulas, nomeadamente na Universidade Lusófona e na Academia de Artes de Oslo.

 

Rita Castro Neves (Paris, 1971) acabou o Curso Avançado de Fotografia do Ar.Co (Lisboa) em 1995 e o Master in Fine Art da Slade School of Fine Art (Londres) em 1998, tendo desde então exposto regularmente em Portugal e no estrangeiro, tanto em espaços estabelecidos (Museu de Arte Moderna da Bahia, Spike Island, Bristol, The Courtauld Institute of Art, Londres, Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto, Korjaamo Gallery, Helsínquia, Museu da Imagem, Braga, Museu Nogueira da Silva, Braga, Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira, Fábrica Asa, Guimarães Capital Europeia da Cultura) como em locais ditos não convencionais (escola primária, apartamento alugado, casa de banho pública, loja de discos, montra de um restaurante).

Desenvolve projetos de curadoria em artes plásticas e na área da Live Art, a solo ou em co-curadoria, incluindo Amorph!98 em Helsínquia, Dia E Vento no Teatro do Campo Alegre em 2001, Brrr com o Teatro Nacional São João/ Teatro Carlos Alberto/ Porto 2001 Capital Europeia da Cultura, de 2006 a 2011 o festival anual de Artes Performativas Trama com a Fundação de Serralves, Porto, em 2012 o Sintoma nº 0 na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, e em 2013 o Sintomas e Efeitos Secundários em colaboração com o Instituto de Investigação da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto (InEd).

Atualmente é docente na Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo do Instituto Politécnico do Porto e na Faculdade de Belas Artes do Porto da Universidade do Porto.

De 2005 a 2008 foi Coordenadora Pedagógica do Instituto Português de Fotografia, pólo do Porto.

É membro colaborador do i2ADS Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade da Faculdade de Belas Artes, Universidade do Porto, no NAI Núcleo de Arte Intermedia, onde criou e coordena o grupo Sintoma. Performance. Investigação. Experimentação.

 

30 abril 2015.  Gustavo Costa / Sonoscopia  ÉTICA DIY NA MÚSICA EXPERIMENTAL

Gustavo Costa nasceu no Porto em 1976. Estudou percussão, tecnologia da música, sonologia, composiçãoe teoria musical e frequenta actualmente o programa doutoral em media digitais na Feup, Porto, onde se debruça sobre o tema da expressividade e interactividade na música por computador.
O seu trabalho como músico e compositor centra-se na música improvisada, electroacústica e na contracultura underground.
Tem tocado e gravado extensivamente na Europa, Estados Unidos, Japão, Brasil e Líbano.

www.gustavocosta.pt

www.sonoscopia.pt

14 maio 2015.  Inês Moreira Curadorias de espaços pós-industriais:  explorações entre a arte contemporânea, a arquitectura e o conhecimento curatorial

Os meus projectos curatoriais relacionam-se com lugares específicos (como hangares industriais, edifícios históricos em ruína, museus abandonados ou arquitecturas menores), explorando no ao longo do processo de investigação e de produção, a intersecção da arte, da arquitectura, da tecnologia e das humanidades. Fui-me dedicando à curadoria de espaços pós-industriais ao longo dos últimos 14 anos, inicialmente fazendo cenografia para exposições de arte, hoje em dia fazendo investigação curatorial muldisciplinar, entre a arquitectura, a arte, o património, as humanidades, e outras áreas. Vou apresentar projectos realizados entre 2001-2014: FIMAI, Fundição de Oeiras, Fábrica ASA, Estaleiros Navais de Gdansk, Complexo da Levada de Tomar, Cooperativa dos Pedreiros.

Inês Moreira (n.1977) é arquitecta, investigadora e curadora. Professora Auxiliar Convidada na FBAUP. Doutorada pelo Goldsmiths College, University of London. Curadora dos projectos: Technical Unconscious, Porto 2014; Materiality, Gdansk 2012; Edifícios & Vestígios, Guimarães 2012 e Devir Menor: Arquitectura e Práticas Espaciais Críticas na Ibero-América, Guimarães 2012; Evento, Biennale d’Art Publique, Bordeaux 2009; Rescaldo e Ressonância!, Porto 2009. Colabora regularmente com diversas instituições culturais Europeias, enquanto investigadora e crítica tem contribuído para vários livros, jornais e revistas da especialidade.

http://petitcabanon.org/

https://goldsmiths.academia.edu/inesmoreira

http://www.buildingsremnants.com/

http://softcontrol.fba.up.pt/

http://www.revarqa.com/uploads/docs/dossier/75-76-Dossier.pdf

21 Maio 2015. Maile Colbert  WAYBACK SOUND MACHINE: SOUND THROUGH TIME, SPACE, AND PLACE

Years ago while traveling for a project involving an ancient religious path, I became interested in the concept of sound back in time. What might this path sound like at different stages in history?  What would shape that soundscape? When considering at length the implications of this concept, I felt it could be useful both on creative and scientific terms, and at a practical and theoretical level. I began to expand upon this in practice with various artistic and cultural projects, and in research and writing. This work is on sounding the past, the concept potential, how it is already being used in various disciplines, what it could mean for our future and what it could say about our history.

 

Maile Colbert is an intermedia artist, educator, and researcher with a concentration on sound and video, relocated from Los Angeles and living in Lisbon, Portugal.  She teaches at Faculdade de Belas Artes, Universidade Porto and Escola Superior de Teatro e Cinema Lisboa, and is a member of  i2ADS Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade da Faculdade de Belas Artes (http://www.i2ads.org/nai/author/mcolbert/).  She spent the last four years collaborating with the organization Binaural/Nodar (www.binauralmedia.org), and is an ongoing contributor of articles on soundscape ecology and sound studies at “Sounding Out”, the award winning sound journal (http://soundstudiesblog.com/author/mailecolbert/). She holds a BFA in Studio for Interrelated Media from Mass Art, and a MFA in Integrated Media/Film and Video from the Calarts, and has performed and screened widely in Japan, Europe, Australia, and the Americas. More on her and her work can be found at www.mailecolbert.com

http://www.mailecolbert.com/proj-wayback.htmlwww.mailecolbert.com

http://soundstudiesblog.com/author/mailecolbert/www.binauralmedia.orgwww.crossthepond.org

 

4 junho 2015. Miguel Leal Fazer coisas

Miguel Leal nasceu no Porto em 1967, onde vive e trabalha. Sempre fez coisas com meios variados. No entanto, parte do seu trabalho recente caracteriza-se pelo recurso à imagem, em diferentes formatos e suportes, numa relação estreita com o espaço e os contextos de exposição. As ideias de arquivo, repetição, ficção, acaso e memória, bem como as relações entre verbal e não-verbal têm tomado um lugar importante nesse processo. É actualmente professor de artes plásticas na FBAUP.

www.ml.virose.pt

www.ml.virose.pt/blog

Contributos para Pensar o Multimédia. Ciclo de 8 conferências. Programação: Rita Castro Neves

DAI ESMAE IPP|Licenciatura em Tecnologias de Comunicação Multimédia |Seminário 3º ano